A Vida é assim pelo menos pra mim

  Ao longo da vida vamos enchendo a sacola de pedras, umas afiadas, outras lisas, algumas mais leves, outras tantas bem pesadas. A sacola vai ficando tão pesada quanto o nosso corpo, o cansaço avoluma-se, a alegria da caminhada esvai-se, pouco a pouco, vamos passo a passo, curvados, com dores no corpo e na alma. O caminho faz-se caminhando, apesar do peso que carregamos, apesar da negridão que nos envolve, o caminho faz-se em busca de luz. E… um dia, de repente, ganhamos coragem para tirar uma das pedras mais pesadas e cutilantes. A sacola ficou mais leve, bem mais leve. As nuvens afastaram-se, o sol brilha, a esperança de dias mais felizes regressou. O corpo ganha forças, endireita-se, o coração sorri, os olhos brilham. Ainda temos pedras na sacola, algumas sairão com o tempo, com vontade de atirá-las para bem longe. Outras ficarão. Têm de ficar, são a prova do que fomos e do que somos agora. A caminhada faz-se caminhando, em longos percursos dolorosos e dilacerantes, é ce...

  Nessa altura de jovem esbelta, percorria as ruas de Lagos e sentia muita liberdade ao percorrê-las a pé ou de bicicleta. Ruas limpas de casas caiadas de branco com janelas debruadas a amarelo ou azul e com grandes açoteias. Lembro-me dos dias de verão, intermináveis, nesse tempo, em que tudo vinha longe e de esperar pela manhã madrugadora para ir à doca ao peixe. Atravessava a pequena cidade, de canastra na mão, senhora da minha meninice e do recado que a minha mãe me mandava fazer. Quando chegava ao meu destino dizia Bom dia, vim buscar o peixe, e uma senhora pequenina com um avental maior do que ela, fazia – me entrar numa embarcação, também pequena, onde tudo rugia, pintada também de branco e azul com que a senhora me enchia a canasta com o peixe recomendado. Pronto, agora tem cuidado, não deixes cair a canasta, dizia-me ela tapando o peixe com uma linda toalha de linho, também ela branca e azul. Eu dizia que sim com a cabeça, e tomava o caminho de regresso a casa, que tinha a...

  Depois de duas semanas a catalogar os defeitos, a perfeição pode ser cansativa… Sim , a perfeição supera os defeitos. Até tenho medo de perguntar, até onde vai isto? Ver a vida a encantar-nos Quando te conheci só queria passar o resto da minha vida a teu lado. Contar histórias do presente e do futuro, não esquecendo o passado. Lembro-me que aprendi a ler muito cedo, provavelmente, aí pelos 5, 6 anos. A curiosidade pela leitura era intensa, tal como intenso era o cuidado da minha mãe. Carinhosa, preocupada, atenta a tudo e a todos.   Livros, livros e mais livros de todas as formas e feitios estavam omnipresentes. Lá ia eu de balde na mão em direção à Meia Praia. Sim, a praia não era meia, era longa de areias brancas e fina. Naquela tarde, a caminho para a praia, que nada tinha de meia, Lembro-me perguntar à minha mãe que praia seria aquela   “longue beach”, escrito numa pequena placa junto à marina . Minha mãe olhou para mim como se disse-se : esta minha fi...

  Normalmente, não gostam de nostalgia, eu pessoalmente, gosto, pois recordo algo que me tocou outrora. Tenho pensado muito nos meus avós,   primeira linha ou linha primeira que   criam memórias que o coração guarda para eternidade.   Nessa altura de jovem esbelta, percorria as ruas de Lagos e sentia muita liberdade ao percorrê-las a pé ou de bicicleta. Ruas limpas de casas caiadas de branco com janelas debruadas a amarelo ou azul e com grandes açoteias. Lembro-me dos dias de verão, intermináveis, nesse tempo, em que tudo vinha longe e de esperar pela manhã madrugadora para ir à doca ao peixe. Atravessava a pequena cidade, de canastra na mão, senhora da minha meninice e do recado que a minha avó Maria me mandava fazer. Muita sabedoria ao falar. Quando chegava ao meu destino dizia Bom dia, vim buscar o peixe, e uma senhora pequenina com um avental maior do que ela, fazia – me entrar numa embarcação, também pequena, onde tudo rugia, pintada também de branco e azul ...

  Não quero escrever, mas escrevo do amor que nasceu e que nos prende que nos arranca sorrisos e nos faz soltar lágrimas... Não quero escrever, mas escrevo daquilo que receamos e do que nos faz corajosos hoje, ontem e nos dias que virão... Não quero escrever, mas escrevo da luz que nos vem da alma da crença de que tudo isso está dentro de nós... Não quero escrever, mas escrevo por tudo isso ou por nada disso talvez, apenas, por tudo o que encontro em mim, dentro de mim, e que me diz quem sou até ao fim.    

  Enquanto criança e adolescente, passava todos os verões no Barlavento Algarvio, na Meia Praia em Lagos. Os dias de mar, sol e sul eram enormes, tal como a fome que chegava com a hora de voltar para casa, ao anoitecer, em que das provisões que a minha mãe tinha preparado já nada restava a não ser o vazio da mala térmica .   Por vezes, era costume levar umas belas fatias de pão algarvio com manteiga corada, de que apenas comia o miolo, renegando as côdeas, que a minha mãe guardava, por me parecer que a sua aparência pouco sedutora teria paladar correspondente, enfim, idiotices da idade.   No entanto, num desses finais de dia, a fome era tanta que, se me tivessem acenado com um dos famosos D.Rodrigos   vendidos na   casa Taquelim,   saía apressadamente   da Meia Praia, eu teria atravessado a correr   a longa praia de areia branca   e fina para o ir buscar. Como não se vislumbrava que tal acontecesse, e eu ainda não queria ir para casa, não ti...

  Minha querida saia! Não saias de mim … Como extraordinária que és : maxi, midi, aos folhos, plissada, ginasta, amiga…. entre outras virtudes que eu bem profundamente conheço. Já vesti na vida peças de vestuário parecidas contigo, mas são, somente, a tua caricatura. Esquecem se sempre da leveza e fluidez do tecido, do design conseguido na forma e no estilo da apresentação . Conquistas este sucesso e todos os gloriosos bens que possuís , és muito versátil , colorida, garrida e assentas muito bem ao vestir, de forma que o meu agrado e nitidamente visível … Isto obriga te a uma disciplina rigorosa e severa . Como se diz no circo “ qualquer distração pode causar a morte de um artista “! Nunca foste distraída, bem cosida , bem construída , bem alinhada , perfeita no ser e no estar . Como instrumento preciso medes o grau de utilidade de todas as situações e eventos , sociais,políticos…. Como um cavalo bem ensinado, saltas sem tocar os obstáculos e limpas todos os percursos . O teu reino...

  A vida é um bem querer, Sem saber o que esperar. Sonhamos com tanto , Na esperança de obter algo A vida corre como um rio. Água que corre levemente, Aguas limpas e transparentes. Assim como sujas e turbas. Assim é a vida cheia com os mistérios! Pode ficar mais picante Ulalá! Pode ficar muito tóxica E esta em! Tudo depende dos engredientes

  Flor A flor multicolor acordou num lindo dia de sol, mas logo sentiu um vazio colossal. Estava sozinha! As suas companheiras monocromáticas tinham desaparecido...ou seja, tinham sido escolhidas para formarem uns magníficos buquês. Triste com tal desventura, começou a chorar. No entanto, repentinamente, se viu rodeada de uma enorme diversidade de cores e tamanhos - pássaros, borboletas, joaninhas, abelhas, etc - e percebeu a imensidão da sua sorte. E todos juntos celebraram a vida!

  Espécie humana !!! Que delícia de pessoas !!! Será assim mesmo … Vejamos então : Numa tarde quente de estio , Boby Royal no seu caminho quotidiano para o spa canino encontrou Ralf, o rafeiro que revolvia ansioso o lixo la de casa . BobY admirado interrogou o seu parceiro canino : - que buscas tu , em tao mal cheiroso lugar ??? - nem todos temos a tua sorte de nascer com o rabo virado para a lua !…. Tens a sorte dos afortunados !!! - isso dizes tu , mas , mas conviver com humanos não é pera doce !!!- respondeu com enfado o boby. - tenho que aturar as suas depressões , ansiedades e carências , para além das necessidades de domínio com uma fixação doentia nas coleiras . Ralf , por breves momentos parou de roer um pensativo osso que tinha encontrado entre os restos de uma refeição vegetariana , retorquindo ao Boby: - todos temos os nossos tormentos , no entanto ter cama e mesa a troco de festas , festinhas e festanças não é grande preço a pagar !!! A felicidade e ist...

  Encontra- me Aqui, ali e acolá. O amor talvez traga mais alegria do que dor. Encontra - me Aqui, ali e acolá. Pensar nos verões que passamos na infância. Encontra - me Aqui, ali e acolá. Seremos só nós, o vento e as árvores , o que me dá alento. Encontra - me Aqui, ali e acolá Na esperança segura Pretendo ficar algum tempo. Encontra - me para sempre.

 Numa amena noite de verão à volta de uma mesa nutrida de bebidas e risos, Ana e a sua amiga reviveram outros lugares e situações de encantos, sonhos, receios, anseios .. A vida de Ana era feita de histórias, como aquela em que um dia quando regressava a casa vinda da escola, quando caminhava apressadamente, como se o tempo se esgotasse num ápice, para chegar o mais rápido possível, verificou que a seu lado caminhada “lado a lado“ um belo rapaz, alto e moreno . A primeira coisa que fez foi aproximar-se, devagarinho, um pouco mais sem pressa, para sentir a sua ofegante respiração. Ana não costumava falar com desconhecidos, mas este era diferente e inspirador. Já que iam na mesma direção Ana, ajudou-o a carregar os objetos pesados que aquelas malas continham. Ana descobriu o seu nome, a sua família, os seus gostos, preferências. A cumplicidade apoderou- se de ambos acabando por atear o fogo ardente nas suas vidas. Encontro feliz, encantado, que começou com uma longínqua viagem, tal c...

Tenho memórias daquilo que contigo vivi,,,, Vejo -te ao longe e vem -me à memória tudo aquilo que vivemos, tudo aquilo que o destino nos traçou….. Tenho memórias dos abraços sentidos e fortes que demos, dos beijos que tivemos, dos doces momentos que vivemos . A vida é um quadro colorido onde o pintor traduz a sua felicidade. As cores que lhe damos dependem de nós, de mim, de ti…. É autêntico….. estranho isto talvez!!! Mas uma coisa eu sei, somente tenho memórias de ti.